Venezuela rompe com Paraguai e acusa Argentina de desestabilizar o país

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O governo venezuelano determinou a retirada de seus representantes diplomáticos do Paraguai após o presidente do país, Santiago Peña, declarar que Edmundo González foi o vencedor da eleição do ano passado, defendendo a posse do adversário na próxima sexta-feira (1/10).

Poucos dias antes de assumir o cargo para um terceiro mandato (2025-2031), Nicolás Maduro acusou o governo argentino de organizar ações de desestabilização no país, que incluiriam a tentativa de assassinato da vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez.

Entretanto, o opositor Edmundo González, que se afirma vencedor das eleições presidenciais de 2024, reuniu-se com responsáveis ​​em Washington, incluindo o Presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, e o Conselheiro de Segurança Nacional do Presidente eleito, Donald Trump. , Mike Waltz.

O México já reforçou que enviará um representante à posse de Maduro. “Nossa postura é a que está na Constituição, com todos os governos do mundo, a autodeterminação do povo. No caso da Venezuela, um representante estará presente na inauguração e não vemos por que não deveria ser assim. E isso cabe aos venezuelanos e não ao México definir”, afirmou a presidente Cláudia Sheibaum nesta segunda-feira (1/6).

Apesar de não terem reconhecido a vitória de Maduro devido à não publicação de dados eleitorais detalhados, Colômbia e Brasil deverão enviar representantes para a posse. No caso do Brasil, o envio da embaixadora a Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, depende de convite do governo venezuelano.

Segundo Caracas, mais de dois mil convidados internacionais já estão no país para assistir à posse de Maduro, incluindo representantes de governos, movimentos sociais e culturais.

Paraguai

Em relação ao Paraguai, o rompimento das relações ocorreu após o presidente Santiago Peña defender a posse do adversário. O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela argumentou que a posição de Peña viola o princípio do direito internacional de não intervenção nos assuntos internos de outras nações.

“É lamentável que governos como o do Paraguai continuem a subordinar a sua política externa aos interesses das potências estrangeiras, promovendo agendas que visam minar os princípios democráticos e a vontade dos povos livres”, afirmou o ministério venezuelano.

Em nota, o governo paraguaio reforçou sua posição a favor de González e exigiu a retirada do embaixador de Caracas do país em até 48 horas. “[O governo do Paraguai] reconhece o senhor Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República Bolivariana da Venezuela”, diz a nota oficial de Assunção.

Argentina

O governo Maduro acusou o governo argentino de estar por trás de ações de desestabilização política na Venezuela, incluindo um suposto plano para assassinar a vice-presidente do país, Delcy Rodriguez.

Maduro afirmou que os serviços de inteligência venezuelanos identificaram ameaças contra o país que ocorrem desde o ano passado. “Durante este período, a inteligência popular, policial e militar capturou 125 mercenários de quase 15 nacionalidades que vieram realizar atividades terroristas na Venezuela”, afirmou o presidente venezuelano, corrigindo posteriormente que os mercenários provinham de 25 nacionalidades.

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Segundo Maduro, a Argentina está por trás dos planos para desestabilizar o país. “O governo argentino está envolvido em planos violentos para minar a paz na Venezuela. Então eu relato. Todos os processos são judicializados e com altíssimo nível de investigação”, afirmou.

O governo de Javier Milei não comentou as acusações até a publicação deste relatório. O governo argentino tem sido um dos principais críticos do governo venezuelano e tem dado amplo apoio ao opositor Edmundo González. No último sábado (01/04), Milei recebeu González em Buenos Aires.

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, Edmundo González recebeu o apoio do presidente Joe Biden, que o chamou de “presidente eleito da Venezuela”. O presidente dos EUA defendeu “uma transferência pacífica de poder para o verdadeiro vencedor das eleições presidenciais”.

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela repudiou a posição oficial dos EUA. “É grotesco que um governo cessante, como o de Joe Biden, mergulhado no descrédito político e marcado por um legado de fracassos nacionais e internacionais, insista em apoiar um projecto violento que já foi derrotado pelo voto popular e pela democracia revolucionária de o povo venezuelano. ”, afirmou o governo de Caracas.

Após se reunir com o assessor de Trump, Mike Waltz, González relatou que conversaram sobre os protestos que a oposição convocou para a próxima quinta-feira (1/9), um dia antes da posse de Maduro. “Ele nos garantiu que os Estados Unidos, e o mundo, estarão alertas sobre o que acontece em nosso país”, disse ele em uma rede social.

Edmundo González defendeu a ação dos militares venezuelanos contra o governo e promete retornar ao país antes do dia da posse, marcado para sexta-feira (10). Até então, o político estava exilado na Espanha. Por sua vez, o governo Maduro promete prender González caso ele retorne ao país.

Entender

A oposição da Venezuela e parte da comunidade internacional, como os Estados Unidos e a União Europeia, bem como organizações internacionais e eleitorais, salientaram que as eleições venezuelanas não cumpriram as regras do país ao não realizarem auditorias planeadas e não publicarem os dados pela mesa eleitoral, como sempre aconteceu.

Os atos que contestaram o resultado eleitoral após 28 de julho de 2024 provocaram dezenas de mortos e mais de dois mil presos. Nas últimas semanas, a justiça venezuelana libertou mais de mil pessoas detidas em manifestações.

Por sua vez, o governo argumenta que as eleições foram ratificadas pelas instituições do país, tanto o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) como o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ). Com isso, exigiu que a oposição respeitasse a decisão do tribunal e que governos estrangeiros não interferissem nas questões internas da Venezuela.

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