Brasileiro deportado retorna ao Brasil após gastar R$ 170 mil para entrar nos EUA

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Carlos Vinícius de Jesus, de 29 anos, ficou detido por oito meses na fronteira com o México antes de ser enviado de volta ao Brasil.

Carlos Vinícius de Jesus, de 29 anos, natural de Belo Horizonte, é um dos 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos que desembarcaram no Aeroporto Internacional de Confins, em Minas Gerais, no último sábado (25). Ele buscava uma vida melhor para sua família, mas acabou detido por oito meses antes de retornar ao país.

Uma tentativa de mudança de vida

O frentista revelou ter vendido todos os seus bens para financiar a viagem. Ao longo de sua vida, Carlos economizou o valor investido e, sem o auxílio de coiotes, gastou aproximadamente R$ 170 mil (equivalente a 30 mil dólares) para realizar o sonho de viver nos Estados Unidos.

“Vendi minha moto, a casa, vendi tudo. Eu queria dar uma vida melhor para os meus meninos, porque eles moram de aluguel, e eu queria dar uma casa para eles. Queria ajudar a minha mãe também. Eu estava trabalhando só para pagar conta”, contou Carlos.

A jornada começou em maio de 2024, saindo de Minas Gerais para São Paulo, seguido pelo Panamá e Guatemala. Na Guatemala, ele pegou um barco até Tijuana, no México, onde tentou atravessar a fronteira a pé.

“Andei mais de oito horas no meio do mato, atravessei um rio e fui preso”, relatou.

Condições difíceis na prisão

Carlos foi detido em San Diego, na Califórnia, onde enfrentou condições precárias. Ele passou os primeiros oito dias em uma instalação conhecida como “sala do gelo”, famosa entre os imigrantes pelas temperaturas extremamente baixas devido ao ar-condicionado.

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“Fui preso que nem um cachorro. Lá, eles não tratam ninguém bem. Eles são anti-imigrantes”, desabafou.

De volta ao Brasil, com alívio e reflexões

Apesar do insucesso na tentativa de imigração, Carlos disse estar aliviado por ter retornado com vida ao Brasil.

“Graças a Deus estou de volta. É melhor estar vivo do que ter bens materiais.”

Ao reencontrar sua mãe, ele celebrou com um jantar especial após meses sem uma refeição caseira completa.

“Jantei carne assada, arroz, feijão e salada. Oito meses que eu não comia carne praticamente. Comi um pedaço no Natal. Agora, quero uma vida nova e nunca mais saio daqui [do Brasil], porque fiquei com medo de morrer.”

Um novo começo

Carlos afirma ter aprendido a valorizar as pequenas coisas e, agora, deseja reconstruir sua vida ao lado dos filhos e retomar sua carreira profissional.

“Aprendi a dar valor a um prato de comida, a uma cama, ao banho quente, à casa e à família. Perdi todo o meu dinheiro. É como se eu estivesse começando a vida agora.”

Ele, que antes trabalhava como frentista, busca retomar suas atividades e construir um futuro no Brasil.

“Daqui para frente, vou aproveitar minha família e seguir em frente. É uma nova chance que a vida está me dando.”

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